Um grito silencioso por acolhimento e equilíbrio
Você já sentiu como se estivesse cansado demais para continuar, mesmo depois de dormir bem? Ou como se estivesse rodeado de gente, mas ao mesmo tempo sozinho? Essas são sensações comuns entre os jovens da geração Z — aqueles nascidos entre meados dos anos 1990 até o início dos anos 2010. Eu escuto isso quase toda semana: jovens esgotados, ansiosos, hiperconectados e emocionalmente exaustos. Sim, vamos falar sobre saúde mental e geração Z.
Essa geração cresceu em meio a mudanças aceleradas, redes sociais, crises econômicas, pandemia, cobrança por performance e incertezas constantes. Em muitos momentos, não falta informação, mas sim escuta, acolhimento e conexão real. A saúde mental deixou de ser um tabu, mas ainda é tratada como um “luxo” ou “fraqueza” por muitos — e isso precisa mudar.
Quem é a geração Z e por que ela sofre tanto?
O cenário social e emocional dos jovens de hoje
A geração Z é composta por jovens que cresceram em um mundo digital, hiperconectado e exposto. Eles dominam a tecnologia como ninguém, mas muitas vezes enfrentam dificuldade em lidar com a vida real e suas emoções. A comparação constante, o medo de ficar para trás (o famoso FOMO), a pressão para se destacar e parecer feliz o tempo todo são só algumas das causas do sofrimento psíquico.
De acordo com dados do CDC (2023) e da Organização Mundial da Saúde, os jovens entre 15 e 24 anos estão entre os grupos mais afetados por transtornos como ansiedade, depressão, automutilação e pensamentos suicidas. Não é drama, não é “frescura”. É um retrato real e preocupante que exige empatia, escuta ativa e políticas públicas eficazes.
Redes sociais: conexão ou gatilho?
O papel da internet na saúde mental dos jovens
As redes sociais podem ser uma ponte, mas também uma prisão. Para muitos da geração Z, o Instagram, o TikTok ou o X (antigo Twitter) são lugares de escape, inspiração e expressão. Mas o uso excessivo e descontrolado desses ambientes digitais pode intensificar a comparação, a insatisfação com a imagem corporal, o isolamento social e os sintomas de ansiedade.
Pesquisas recentes, como a publicada na Journal of Adolescent Health (2024), mostram que o tempo excessivo de tela está diretamente associado a maiores níveis de estresse psicológico e baixa autoestima. O problema não é a tecnologia em si, mas como ela é usada. Educar para o uso consciente e promover limites saudáveis pode fazer uma grande diferença.
Como a saúde mental afeta o corpo e a vida dos jovens?
Impactos que vão além das emoções
Problemas de saúde mental não afetam só o emocional. Eles se refletem no corpo, na qualidade do sono, no rendimento escolar ou profissional, no apetite e na forma como a pessoa se relaciona consigo mesma e com o mundo. Muitos jovens da geração Z convivem com insônia, fadiga crônica, dores físicas e dificuldades de concentração.
Além disso, há um aumento preocupante no uso de medicamentos como ansiolíticos e antidepressivos entre adolescentes e jovens adultos, muitas vezes sem o acompanhamento terapêutico adequado. Isso mostra que há um grito por ajuda silencioso, disfarçado de cansaço, irritação ou “preguiça”, que muitas vezes é ignorado por falta de conhecimento e acolhimento.
Geração Z: Você também pode ser apoio — não é só sobre você
Sim, a vida tem sido pesada. As cobranças, os medos, as dúvidas… tudo chega de uma vez só. E sim, você tem todo o direito de sentir, chorar, se recolher. Mas também é importante lembrar que você não vive sozinho. Quem convive com você — pais, irmãos, amigos, professores — também tem suas próprias batalhas, angústias e dias ruins. Às vezes, eles também estão pedindo ajuda, mas de um jeito diferente do seu.
A gente fala muito sobre ser ouvido, mas será que estamos ouvindo também? Ter empatia não é só esperar que o outro nos entenda — é se esforçar para entender o outro também. E às vezes, ajudar é só ficar perto, escutar sem julgar ou simplesmente perguntar: “e você, tá bem?”. Porque cuidar da saúde mental também é isso: sair um pouco de dentro e olhar ao redor. Juntos, a gente aguenta mais.
Como podemos apoiar a saúde mental da geração Z?

Pequenas atitudes que fazem grande diferença
A saúde mental da geração Z precisa ser cuidada com empatia, acolhimento e, principalmente, presença real. Estar disponível, ouvir sem julgamento e validar os sentimentos são atitudes simples, mas transformadoras. O diálogo aberto com pais, professores e amigos pode ser um ponto de partida.
Além disso, incentivar o autocuidado — não no sentido estético, mas como uma forma de se reconectar — também ajuda: dormir melhor, se alimentar bem, praticar atividade física, ter um tempo longe das telas e, sempre que possível, buscar apoio psicológico. Terapia não é sinal de fraqueza. É coragem e cuidado.
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Conclusão: ouvir para cuidar
A geração Z não está perdida. Ela está sobrecarregada. O excesso de estímulos, cobranças e incertezas precisa ser contrabalançado com mais escuta, mais presença e menos julgamento. Quando alguém da sua família, do seu círculo de amigos ou do seu trabalho demonstrar que não está bem, não diga para “ficar forte” ou “pensar positivo”. Pergunte: “Quer conversar sobre isso?”
Cuidar da saúde mental da geração Z é uma responsabilidade coletiva. É reconhecer que o emocional também precisa de atenção, tratamento e carinho. E que ninguém precisa enfrentar tudo sozinho.
Referências científicas
- Centers for Disease Control and Prevention (CDC). Youth Risk Behavior Survey. United States, 2023. https://www.cdc.gov/healthyyouth/data/yrbs/index.htm
- Keles B, McCrae N, Grealish A. (2024). The effects of social media on adolescent mental health: A systematic review. J Adolesc Health.
- World Health Organization (WHO). Adolescent mental health. Updated 2024. https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/adolescent-mental-health
- Twenge JM, Haidt J. (2025). Mental health trends in Gen Z: Technology and emotional resilience. J Child Psychol Psychiatry.

Nutricionista (UNINOVE) | Especialização em Pesquisa Clínica (Instituto Invitare)
Promovo saúde através da nutrição prática, com experiência em alimentação escolar, empreendedora no ramo de produtos naturais e educação alimentar.
Crio receitas saudáveis (YouTube) e E-books sobre reeducação alimentar.
Ajudo a emagrecer com saúde, sem dietas restritivas.
Meu propósito: Transformar vidas com alimentação acessível, simples e prazerosa.
Vamos juntos nessa jornada?